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terça-feira, 17 de maio de 2011

12 Abr 2011


Eu e o Riacho











Eu e o Riacho



Nasce a água da terra, limpa cristalina

Nasce no topo da serra, pura e alcalina

Desce sua ladeira

Vai crescendo

Arrastando

Quebrando

Não teme os obstáculos e vai

Passa sobre tudo e cresce

Fica grande, não tem medo

Esquece o topo da serra

Aquela que tinha gosto de terra

Terra pura, terra limpa em meio ao arvoredo.

Aumenta a velocidade, corre e vai descendo

Agora tens gosto de lixo, sujo e contaminado

Tu és grande, percebemos ao te olhar.

Achas que pode, mas não pode!

Outro maior vai te derrotar



Somos como essa nascente

Nascemos com uma missão

Crescemos e misturamos à tanta gente

Gente boa e também sem coração.



Tantos dejetos,

Tantos venenos,

Tantos desafetos,

Não crescemos,

Nós inchamos,

E somos ainda mais pequenos.



Gostaria de ainda estar na serra,

sentindo o gosto da terra,

sem me preocupar com meus ais

Hoje só vejo guerra,

A gente muito mais erra,

Ao tentar encontrar a Paz.



O riacho vai encontrar o que merece

Quando a ladeira terminar,

Aos poucos ele desaparece.

Será engolido pelo Mar.



Adilson Costa

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